domingo, 30 de dezembro de 2012

MÚSICO SE VALORIZE

Quem nunca ouviu estes comentários? “Esse professor cobra muito caro”, “Esse cara é egoísta, não compartilha o que sabe com ninguém”, “Por que suas aulas não são mais acessíveis? Não tenho condições de pagar”. Pois é! Já observei diversas vezes pessoas relatando sobre alguém que trabalhava com música e valorizava seu trabalho. No entanto, por que essas pessoas não conseguem valorizar o bom trabalho do músico? A resposta é simples, o próprio músico! Inclusive, o Brasil tem fama de desvalorização de seus profissionais. Assim, se pretende ser um músico e viver dessa profissão, comece valorizando o próximo. Pare de reclamar do preço e avalie a qualidade e se está disposto a pagar por isso.  Por isso, a valorização deve fazer parte do próprio trabalhador.


Quer saber o preço de um bom professor? Vou contar minha história: “iniciei meus estudos com a guitarra mais ou menos aos 13 anos de idade, mas já tinha uma base musical adquirida de um grupo de flauta e um curso básico de violão. Embora o professor fosse bom, seus ensinamentos não eram voltados para guitarra, fazendo trilhar pelo caminho autodidata. Isso teve um preço, uma sequência de erros que dificultaram meu desenvolvimento. Esse caminho autodidata tem seus pontos positivos em termos financeiros, mas exige ainda mais dedicação, porque na hora que mais precisei, não tinha um orientador para mostrar o certo. Além disso, durante esses anos, percebi que existem ‘degraus’ que precisam ser passados, como pré-requisitos para algo ainda maior. Pular esses degraus pode deixá-lo deficiente em alguns aspectos musicais. Quem está aprendendo sozinho não tem a capacidade de adivinhar o que é necessário, apenas aprende o que tem disponível no momento presente. Assim, quando você treina muito solo, falta harmonia ou técnica na ‘base’, ou vice-versa. A pessoa só treina o que gosta de fazer. Por conta desses deslizes, e outros que não mencionei, o iniciante aprende coisas desnecessárias, técnicas que não vão usar, ou ainda pior, desenvolver algo que vai prejudicar mais a frente”.


Inclusive aconteceu comigo! Aprendi uma técnica errada e anos depois tive que desaprender porque estava me atrapalhando bastante na execução de algumas obras, como espinha de bacalhau, brasileirinho, entre outras músicas. Dessa forma, sem dúvida, é mais fácil aprender o certo do que desaprender algo errado para depois fazer o certo. O trabalho é, no mínimo, dobrado! Muitas manias passam a te atormentar por muito tempo, quando não pela vida toda. Outro erro? Focar apenas no que gosta, esquecendo de desenvolver outros estilos que tem muito a engrandecer ao seu estilo! Portanto, seja eclético, curioso e aprenda de tudo um pouco, mas de forma prática, buscando usar o que aprendeu em suas apresentações.


Então gente! Se você é dessas pessoas que criticam o preço dos caras e querem aprender no 0800, melhor largar as críticas e buscar seu aprendizado solitário. Entretanto, fique ciente que terá mais erros do que acertos, porque, geralmente, um professor tem capacidade de saber quais os melhores caminhos a seguir devido sua experiência e competência didática. E isso tem um custo! O profissional não vai querer te ensinar de graça, kkk… 


Bom, esse assunto é polêmico! As coisas não ocorrem ao acaso, ocorrem após meses ou anos de muita dedicação e foco nos objetivos. Então caro leitor! Espero que tenha gostado dessa crítica e respeite o músico, ele ralou ou rala bastante pelo seu espaço.

Edilcarlos Max!